Resumo
Em regiões metropolitanas a construção de projetos como “Minha Casa, Minha Vida” não 'cabe' no valor do terreno. Inúmeras famílias, por não conseguirem pagar aluguéis e para não ficarem em situação de rua, se unem a movimentos sociais e procuram ocupações. Apesar dos esforços dos movimentos e luta dos ocupantes, as batalhas travadas foram atropeladas pelas políticas governamentais somadas à especulação, e até hoje as ações visam impedir a permanência dessa parcela de população que ocupava exatamente por ter sido historicamente excluída das políticas habitacionais. Nessa perspectiva, nós, quanto arquitetos e urbanistas dominantes da técnica, devemos aprender empiricamente com a população sobre as suas reais demandas, para que não caiamos na lógica mercantil da produção de habitação. O objetivo deste trabalho, então, é a adequação de um terreno ocupado através de um projeto de habitação social. O projeto foi realizado aplicando o conhecimento técnico, visitas de campo, levantamento de dados e de legislação urbanística, juntamente às famílias e lideranças da ocupação, sendo participativo e com o intuito de atender às demandas reais levantadas por quem vive hoje no local. Todas as decisões de projeto partiram de premissas previamente estudadas, e o programa consiste em 3 tipologias de unidades habitacionais, espaços para comércio no térreo e espaços de uso coletivo. O foco central do projeto é um grande pátio entre os dois blocos de habitações que torna o espaço de uso comum como o coração do projeto, com os olhos (varandas) das unidades habitacionais voltadas para ele, com um paisagismo que visa proteger as habitações localizadas no térreo e criar espaços de permanência pros moradores mais próximo aos espaços de uso coletivo.
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