Resumo
Por não oferecer meios para que a população privada de liberdade possa se reinserir socialmente e se afastar da margem criminal no país, o sistema carcerário no Brasil deixa clara a crise desumana que acontece dentro de estabelecimentos penais, que vão de situações como insalubridade e riscos à saúde até a superlotação e o desconforto gerado nos dias de cárcere. A necessidade de que presídios tenham uma resposta de caráter humanizado e reintegrador ultrapassa o modo de se tratar essa população, chegando também na forma como esses espaços são vistos de maneira isolada no espaço urbano, sendo uma marca negativa no local onde se inserem. Sabendo-se que os limites físicos entre Presídio e Cidade são necessários para segurança e mantimento de uma ordem entre externo e interno, a proposta de uma Penitenciária Feminina em Jacarepaguá procura estudar as profundidades que levam da cidade ao presídio, trabalhando em cima de camadas de controle para diferentes públicos no espaço utilizado, a fim de que cada atividade proposta nessas camadas, definidas como PÚBLICO, SEMIPÚBLICO E PRIVADO, funcionem por si só como barreiras entre os fluxos e acessos no local. Através da diversificação trazida com as atividades nas etapas ocorridas até o espaço prisional, nota-se uma integração espacial através da suavização dos muros e das relações que se definem e caracterizam cada camada. Assim, o presídio, não mais isolado, passa a funcionar como um órgão que contribui para a vitalidade urbana.
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