Resumo
O presente trabalho tem por objetivo a sistematização de um método de produção de representações gráficas “vivificadas”, cuja construção possui fases de proximidade aos objetos representados, por um olhar de perto e de dentro, para contribuir com novas leituras sobre o espaço urbano a partir das alteridades de sua microescala, de suas corpografias e de seus tempos. Para abordar os tempos da microescala, em referência às montagens visuais de Aby Warburg (Atlas Mnemosyne), utilizamos a estrutura atlas como método pelo qual a vivificação das representações acontece. Para a identificação das componentes do sistema proposto, analisamos as obras Maré: vida na favela (2002) e Atlas Ambulante (2011), ao passo que relacionamos produtos nelas contidos com as contribuições teóricas de outras autoras, que se estendem aos campos da geografia, da antropologia e dos estudos de mídia. Escolhemos o recorte da Praça XV de Novembro (Centro, RJ) para verificação da metodologia apresentada, inicialmente pela apresentação de seu espaço por sua iconografia e posteriormente por meio de incursões etnográficas visando a criação de registros utilizando diferentes suportes gráficos (desenho, fotografia e vídeo), investigando suas potencialidades enquanto ferramentas de representação. Por fim, utilizamos o atlas como modo de orientar as representações obtidas e a reunir representações com temporalidades diversas, evidenciando fios narrativos possíveis e explorando-os em processos de montagens gráficas.
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