O projeto do Parque propõe uma requalificação em uma área que sofreu com desmatamento no ano de 2014. Esse terreno, que é o principal objeto de estudo está localizado no município de Duque de Caxias na região conhecida como o centro da cidade. O município se divide em quatro distritos: Duque de Caxias (1º distrito); Campos Elísios (2º distrito); Imbariê (3º distrito); e Xerém (4º distrito). O terreno encontra-se no primeiro distrito, que é conhecido por ser a principal zona comercial da cidade. E está próximo a Estação Ferroviária e as rodovias BR-040 (Rio-Petrópolis) e RJ-017 (Linha Vermelha).

O terreno, de aproximadamente oito mil metros quadrados, fica em uma quadra que era considerada a única mancha verde do Centro do Caxias. A partir do ano de 2014, o terreno sofreu brutalmente com o corte massivo de sua vegetação, para que ali fosse construído um centro comercial empresarial. Com a análise feita do entorno, fica evidente a falta de área verde. Com exceção de algumas praças que apresentam árvores ou terrenos privados que ainda mantém também suas árvores. Dessa análise pode ser percebido ainda que o terreno encontra-se limitando a parte que concentra as residências da parte comercial do bairro. Após o corte de 2014, a área foi apresentando crescimento de árvores resistentes, porém foi feito um novo desmate e hoje as plantas que resistem formam uma vegetação sem cuidados.

Ainda no terreno sendo integrados ao projeto, tem a Catedral de Santo Antônio e a Escola Municipal Doutor Álvaro Alberto. Dois equipamentos de peso e importância para a cidade. A igreja que leva o nome do padroeiro da cidade toda semana que antecede o dia 13 de julho concentra cerca de cem mil pessoas dentre devotos e participantes em sua festa anual. Sendo marco cultural da cidade em um evento onde a rua principal é fechada por quatro dias para colocação de palco e barracas. Já a escola municipal, conhecida popularmente como Mate com Angu e recentemente tombada, foi fundada em 1921, tendo se tornado inovadora em diversos aspectos como oferecer museu e biblioteca à comunidade. Além de prestar assistência às famílias e representar apoio para a sociedade.

Para o projeto foi pensado desde o início a rota principal ligando as ruas que limitam os níveis principais do terreno. Que por ser localizado em uma região de declive deixa evidente sua diferença marcante de níveis, iniciando no nível seis indo até o nível vinte e oito. Com isso o projeto fica voltado a conciliar as intenções propostas, manter a grande diversidade vegetal ainda presente na área, e entre essa vegetação criar espaços livres para intervenções fixas ou móveis. Com atenção para espaços para os jovens se reunirem, como foi uma das coisas mais comentadas dentre a população entrevistada e apoio para as escolas locais, sendo contadas cinco apenas nos quarteirões que contornam o terreno.

A questão da declividade do terreno foi algo muito estudado até encontrar a melhor resposta para acessibilidade e fluxo. Como solução seriam colocadas as atividades pertencentes ao programa dispostas em platôs, sendo acessíveis por escadas e rampas localizadas em pontos estratégicos do parque onde criaria um fluxo agradável ao permear o espaço. E o programa a ser concentrado nesses platôs, além de preservar a vegetação remanescente com o replantio de novas árvores propostas, criando inclusive um bosque. Teria também nos espaços livres a proposta de equipamentos voltados ao uso público, como a implementação de uma quadra poliesportiva, uma pista de skate, parquinho infantil, equipamento de ginástica, quiosque dispostos pelo parque, dois espaços de eventos, um no nível da igreja, com a presença de um coreto onde serviria como um palco e outro no nível vinte dois, próximo ao parquinho e onde seria aberta um acesso lateral para a Escola Municipal Doutro Álvaro Alberto.