O município de Teresópolis, na região serrana do estado do Rio de Janeiro, conta com 26,2% da sua população morando em zonas rurais. Apesar da importância da agricultura familiar na economia e na alimentação fluminense, essas pessoas encontram muitos de seus direitos feridos diariamente, dentre eles o acesso à educação. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), somente 5% das crianças de 0 a 6 anos residentes de áreas rurais estão estudando. A falta de oferta de vagas em creches fere os direitos não somente da primeira infância, mas também das famílias camponesas, e principalmente de mulheres que se encontram na situação de ter que optar pela inserção no mercado de trabalho em detrimento dos cuidados básicos para seus filhos, ou vice-versa. Este trabalho busca, portanto, compreender os problemas e potencialidades do campo, no que se refere às demandas por espaços educacionais, produtivo-colaborativos e organizacionais da área rural de Vieira (bairro rural no último distrito de Teresópolis) e, a partir disso, desenvolver uma proposta arquitetônica de polo educacional e sociocultural, que intersecciona o programa de uma creche infantil ao funcionamento de um centro comunitário, e tem como objetivo articular pontos de convergência entre as demandas da primeira infância e da comunidade, estimulando a coesão social e troca de saberes através dessas relações afetivas.