• Autor Carolina Scoralick Teixeira de Souza
  • Ano 2019/2
  • Localização -22.906222, -43.182444
  • Orientador Ayara Mendo
  • Resumo

    Entende-se neste trabalho o tempo não somente como uma grandeza física, criada pela humanidade, mas sim como um agente transformador do espaço, observando, em espaços considerados ruínas, suas ações. No contexto metrópole Rio de Janeiro, tais relações tempo versus espaço parecem estar ainda mais formalizadas, de modo que o tempo se materializa com frequência em obsolescências espalhadas pela cidade. Isso nos leva a perceber uma sequência de ritmos temporais comprimidos na história da cidade e por consequência dessa relação com os valores atribuídos a temporalidades, temos diversos exemplares de variados tipos de objetos arquitetônicos descartados, se apresentando como necessária a discussão sobre noções de tempo no Rio de Janeiro e como esta noção é ou não um valor para a construção da cidade. O objeto de estudo em questão é entender como o tempo constrói, especificamente no Rio de Janeiro, e como interpretar pré-existências através deste tempo, utilizando isto como material de projeto e ressignificação desses espaços. A intenção deste trabalho é colocar em xeque os conceitos de “fixo”, “estável” e “duradouro”, atribuídos quase sempre ao campo da Arquitetura e entender que estes conceitos não necessariamente tenham a obrigatoriedade de ser valoráveis dentro de uma noção de tempo carioca (o que acaba acarretando, no meio arquitetônico, em uma lógica imediatista que gera abandono). Não se pode fugir à ação do tempo e é necessário avaliar este caráter de agente transformador de espaços que lhe é inerente. Torna-se, portanto, pertinente englobar esse entendimento no processo de pensar arquitetônico. Eleito como estudo de caso, O Hotel Paris, observa-se que este objeto arquitetônico resistiu no tempo em virtude de uma também resistência feminina no local. Se faz necessário propiciar a esse espaço novas formas de potencial de resistência, a partir da realização de intervenção arquitetônica. Compreender as possibilidades de uso de poder feminino para o Hotel Paris é uma estratégia alinhada a ideia de justaposição de camadas temporais, pois seria uma forma de dar vez no tempo à autonomia feminina de exploração do próprio ser.


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