• Autor Carolina Mendonça da Silva
  • Ano 2019/2
  • Localização -22.91132, -43.18729
  • Coorientador Bruna Mota Rodrigues
  • Resumo

    Como trabalho final de graduação em arquitetura e urbanismo é abordada a questão da saúde mental, tema que vem sendo amplamente discutido e de relevância social e humana. Este trabalho tem por objetivo propor um espaço de tratamento onde o doente remeta valores da vida em sociedade, com atividades que possam ser realizadas por internos ou “não internos”, em diferentes espaços de convivência que atuem como instrumento de interação social, a fim de priorizar a integração do paciente com o espaço exterior de modo que consiga voltar a viver em sociedade, apesar de seus medos, angústias e sofrimento. Nesse sentido, faz-se a escolha por um projeto que seja um espaço voltado para o atendimento à saúde mental, na região central da cidade do Rio de Janeiro, adequado à realidade e especificidades de seus usuários, tendo em vista a influência dos ambientes construídos em novas perspectivas de tratamento. Com base em toda pesquisa feita entende-se em um primeiro momento que é preciso integrar o indivíduo que sofre de algum transtorno mental com o meio em que habita. Para tanto, é preciso que o sítio apresente características como acessibilidade e proximidade com o público alvo. Além disso, a troca é um importante componente no tratamento, portanto deve haver também diversidade de pessoas e ambientes externos que possam ser associados ao tratamento, como equipamentos culturais. A cidade é o palco da interação social. A arquitetura tem o importante papel de estabelecer um equilíbrio dinâmico entre o homem e o ambiente que o rodeia. Desta forma, o indivíduo desenvolve um sentimento de pertencimento ao mundo. Sendo assim, é escolhido o centro da cidade do Rio de Janeiro como área de intervenção. Uma vez que a região é escolhida cabe a decisão do lote em que deve ser implantado o projeto, é feita então uma aproximação sobre a quadra onde está situada a sede da Cruz Vermelha Brasileira, que conta com uma área generosa destinada a um estacionamento privado. O projeto tem a intenção de criar um espaço com diferentes níveis de interação, desde o público até o privado, que atenda as necessidades de pessoas que passaram por um longo período de internação e que contribua para a reinserção na sociedade e na cidade. Para tal, entende-se que é preciso ir além do programa que atenda os requisitos de um ambiente voltado para a saúde, apresentando também um conjunto de espaços que colabore com a sensação de liberdade, aumente a interatividade social e promova a troca com o ambiente que o indivíduo se encontra. Considerando as características do lugar, tomou-se como diretriz principal a criação de um espaço de permanência que pudesse direcionar e absorver em si o fluxo de pessoas e um espaço de introspecção capaz de isolar o indivíduo do caos do centro urbano, ao mesmo tempo que abrigasse atividades que pudessem despertar o interesse de qualquer pessoa, visando a interação entre as pessoas consideradas “sãs” e as que sofrem de algum transtorno mental. A diversidade de usos agrega qualidade tanto à cidade quanto à arquitetura, nesse sentido é eleito um programa baseado em espaços de transição, capazes de proporcionar tanto o isolamento quanto a aproximação com o meio urbano. São apresentados então espaços de estar, técnicos, lazer e aprendizado.


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