• Autor Lucas Dias Abreu
  • Ano 2019/2
  • Localização -22.915444, -43.177519
  • Premiações Arquiteto do Amanhã - IAB/RJ - Menção Honrosa/2020
  • Resumo

    Sob a égide dos grandes eventos internacionais, o Rio de Janeiro foi palco de inúmeros projetos e de um enorme esforço político e financeiro para subsidiar melhorias na cidade e por mais que aspirassem a universalidade, acabaram sempre determinadas pelos interesses daqueles que os forjaram. A cidade inteira acabou sendo representada através de faces limitadas e estereotipadas que reduziram as múltiplas dimensões urbanas a uma única identidade visual coerente (SELDIN, 2017). O que levou a investigação de formas alternativas de acesso à cidade, sobre o que acontece com as culturas que permanecem invisíveis e com as camadas da população não contempladas pelos projetos ou com acesso limitado aos espaços renovados. Dentre esses grupos, está a população em situação de rua, profunda mazela da sociedade que escancara a desigualdades ao ingresso dos equipamentos e à cultura reproduzida. Estima-se que há por volta de 14000 pessoas em rua no Rio. Por definição é um grupo populacional extremamente heterogêneo, o que dificulta sua leitura e a tomada de iniciativas voltadas para esse público. A proposição do trabalho será assegurar o direito constitucional à moradia ao considerar ela como a primeira etapa do processo de intervenção as pessoas em rua. Ou seja, inverte-se a ordem usual de assistência, priorizando, antes de tudo, alocar as pessoas diretamente das ruas, sem precondição visando a melhorias na saúde física e mental através da estabilidade trazida pela habitação. É imprescindível entender que para se fazer política pública para essa população deve se levar em conta a heterogeneidade de seu público. Com isso, o acolhimento deve ser facetado, respeitando as diferentes vivências e vontades dos usuários. Será projetado um abrigo institucional para população em situação de rua, que deve atender pessoas de todos os gêneros, maiores de idade. O objetivo do trabalho é a investigação de diferentes formas de morar na cidade e de como a arquitetura propicia a construção do sujeito e suas relações sociais de vizinhança. Foi identificado concentrações pontuais de pessoas em situação de rua no recorte estudado, e entre essas concentrações há um constante deslocamento dessa população flutuante. A partir daí foi escolhido um terreno entre dois desses trajetos, um terreno da prefeitura que hoje tem uso de estacionamento entre a rua da Lapa e a rua Morais e Vale. O terreno se encontra em frente a um programa de gastronomia social que congrega pessoas em situação de rua, a Gastromotiva.


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