A presença de territórios negros é conhecida na cidade de Niterói desde o período colonial, entretanto estes territórios não estão integrados nas narrativas oficiais sobre a evolução da cidade, provocando o esquecimento e a invisibilidade que já foram e são ocupados pela população negra, como é o caso da comunidade negra Quilombo do Grotão, localizado no bairro do Engenho do Mato, Niterói/RJ, configurando-se como um dos únicos Quilombos presentes atualmente na cidade. Diante disso, o território quilombola é aqui concebido como espaço físico e simbólico, a partir das relações estabelecidas entre o espaço quilombola e o espaço “urbano” pelo viés da territorialidade para construção da memória e identidade negra no espaço urbano contemporâneo. Essa compreensão revela as dificuldades de permanência, inserção e valorização da cultura e memória Quilombola na cidade, pois além disso, a ausência de uma representação visual, por meio de mapas, faz com que estes territórios acabam ficando desconexos no espaço imaginado da cidade, isso quando sua presença não é apagada da representação que se tem sobre este espaço. A partir disto a construção de uma cartografia afetiva implicará na renovação das memórias sobre espaços representativos da presença negra quilombola.