• Autor Leandro Garcez Sacilotto
  • Ano 2019/1
  • Tema(s)
  • Localização -22.921143, -43.227042
  • Premiações ArchDaily/2019
  • Resumo

    Este projeto tem por objetivo questionar os impactos dos vazios causados pela estrutura metroviária do Rio de Janeiro propondo um sistema de edificações e espaços públicos que reative a dinâmica urbana na Av. Heitor Beltrão. A passagem do metrô sob a via resultou em uma abrupta fragmentação da malha urbana em um trecho de aproximadamente 1 km de extensão, desconfigurando a morfologia das quadras compostas pelas vias perpendiculares a avenida. Murados ou gradeados, os vazios fizeram a Av. Heitor Beltrão se tornar violenta e perigosa, fazendo os frequentadores e moradores da tijuca buscar caminhos mais distantes entre os sub-centros tijucanos. O projeto tem como base duas estratégias de planejamento urbano categorizadas por Joan Busquets no livro City X Lines(2006), a primeira chamada de edifício chave (building key), tem por base a construção de um edifício contemporâneo de ordem icônica, implantado sob uma área degradada da cidade, funcionando como um catalisador, aumentando o fluxo de pessoas e incentivando implantação de projetos infra-estruturais públicas e/ou privada, além dos próprios investimentos posteriores de iniciativa privada. O segundo chamado de solo multiplicado (miltiplied ground) tem por estratégia a criação de sobreposições de camadas de solo, dinamizando a vida urbana não apenas em um térreo horizontal e linear, mas em uma sobreposição de usos coletivos, privados, habitacionais, institucionais entre outros. A aplicabilidade dessas estratégias se dá em dois momentos, do preenchimento de alguns vazios com edifícios, e a reconfiguração dos espaços livres públicos com a criação de praças e o tratamento do rio Trapicheiros. Diferente dos exemplos citados por Busquets, que apresentam um único edifício chave de caráter monumental, a proposta se dá na pulverização de pequenas partes dessa chave, configurando dentro do recorte sete edifícios que se complementam dado o uso coletivo/público, essa abordagem tira a centralidade de um único objeto arquitetônico, criando uma homogeneidade no território. Quatro desses edifícios chave contam também com parte do programa voltado para habitação de interesse social, uma vez que o país possui um déficit muito grande de habitação, e a Tijuca oferece uma infra-estrutura, sobretudo de mobilidade urbana muito boa. Outros terrenos foram selecionados para serem leiloados ao mercado imobiliário com alguns incentivos do potencial construtivo, respeitando as normas propostas. Os edifícios chave também contribuem diretamente com a segunda estratégia pontuada por Busquets, o solo multiplicado, seu uso comum e público acontece entre o pavimento térreo, subsolo e/ou primeiro, onde acontece esse espessamento do solo, levando hora o térreo para o nível mais baixo, ora mais alto, ora em ambos. Os espaços livres públicos tem um papel fundamental na complementação da multiplicação do solo, uma vez que ele se dobra ou se multiplica para o subsolo, sendo em muitos casos extensões dos edifícios chave.


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