Desde 1921, ano em que o mercado foi construído na beira do canal Campos - Macaé (principal via para o transporte agrícola) e à beira do Rio Paraíba do Sul, a área sofreu transformações consecutivas. Essas transformações sempre tiveram o objetivo de suprir as demandas populacionais que, a cada ano foram crescendo exponencialmente. O problema, apesar dos investimentos, foi a falta de planejamento e projeto urbano que acabou gerando mais problemas, tanto estruturais como na dinâmica do dia a dia. O então importante símbolo histórico da cidade foi sendo ameaçado por estruturas que foram sendo implantadas sem nenhum código de conduta e sendo apresentados como a solução para cada demanda e hoje encontra-se em estado precário de preservação, mesmo em funcionamento.A maior dificuldade que se observa é de como planejar, modificar e criar estruturas que possam suprir principalmente os comerciantes que sobrevivem da venda dos seus produtos em todas essas estruturas. A partir de todas as análises feitas, foi pensado amenizar o acesso ao viaduto, possibilitando a liberação dos fluxos transversais, cortando a praça existente. Ao mesmo tempo que esses fluxos são formados, pensa-se que os dois lados estão sendo conectados. Esses fluxos vão servir de base para uma malha que deu origem a implantação proposta. Além do desenho proposto, o canal reaparece, possibilitando a volta de outra parte da história que foi apagada. A proposta tem ainda como objetivo mostrar a importância da sensibilidade para entender que os problemas numa estrutura como o Mercado Municipal são consequência de uma variedade de problemas urbanos que muitas vezes não enxergamos. Entendendo cada aspecto e tentando solucionar, tem-se uma cidade para as pessoas, trabalho para os comerciantes, o resgate da memória do patrimônio para a população e a união dos dois lados da cidade, com a criação de uma nova e importante centralidade na cidade de Campos dos Goytacazes.