• Autor Márcia Danielle de Souza Su
  • Ano 2019/1
  • Localização -22.890545, -43.229658
  • Resumo

    Projeto de edifício misto destinado à habitação social, comércio e centro social. Além disso, a área livre em frente ao terreno também será revitalizada. O terreno se localiza no bairro Vasco da Gama, na cidade do Rio de Janeiro. Possui frentes para o Clube Vasco da Gama e para a Comunidade da Barreira do Vasco, além de se localizar numa região central da cidade, próximo a outras comunidades e a importantes vias de circulação, como a Avenida Brasil e a Linha Vermelha. Sendo uma propriedade particular (pertencente ao Clube do Vasco) e atualmente subutilizado como estacionamento apenas em dias de jogos, a forma pensada para viabilizar a utilização do terreno foi através de uma permuta, onde seriam oferecidas as lojas do térreo e o centro social para o proprietário em troca do terreno. As lojas lhes gerariam renda com aluguel e o centro social seria uma ação de responsabilidade social, podendo gerar abatimento em impostos. Foram previstas 131 unidades habitacionais destinadas ao público predominante da região, que segundo o censo de 2010 do IBGE, compreende famílias com renda entre 1 e 3 salários mínimos. As unidades habitacionais encontram-se distribuídas desde o térreo (como vila e com quintal) e nos andares superiores (como apartamentos). A maioria das unidades com mais de um quarto foram pensadas com um acesso secundário para um dos quartos, a fim de que o morador possa exercer alguma atividade profissional ou geradora de renda nesse ambiente. Já o centro social, oferecerá atividades complementares para crianças de 6 a 14 anos no contraturno escolar (aulas de reforço, música, arte, contação de história e outros.) Essa demanda foi identificada a partir da existência de projetos semelhantes na região e que não conseguem atender a todos. No turno da noite, o centro social oferecerá cursos de alfabetização ou profissionalizantes para jovens e adultos a fim de capacitá-los para o mercado de trabalho ou exercer uma atividade geradora de renda. Esses cursos serão gratuitos e podem ser uma parceria com entidades como Senai e Firjan. Além disso, também terá uma área comunitária de ateliê para incentivar a pequena produção artesanal e que funcionará durante todo o dia. No subsolo é proposto um estacionamento misto, ou seja, tanto para moradores quanto para pessoas de fora. As vagas pertencerão ao condomínio e não às unidades e o morador que precisar de vaga pagará uma taxa condominial maior, pois entendemos que essa área poderia ficar inutilizada ou subutilizada por se tratar de habitações sociais e nem todos terem condição de ter um carro. Mas também não poderíamos negligenciar a possibilidade do morador ter um automóvel. Além disso, o estacionamento rotativo é capaz de gerar renda ao condomínio para futuras melhorias e manutenção. Foram previstas 95 vagas para automóveis. Os acessos a estacionamento são independentes do acesso às unidades habitacionais para um melhor controle de privacidade. Nas lojas foram previstos jiraus, que não contam como pavimento. Por tanto, os blocos periféricos do empreendimento teriam 7 ao invés de 6 pavimentos, ou seja, “um pé direito a mais” que os blocos internos. Isso também possibilitou que a cobertura dos blocos internos fossem tratadas como áreas de jardim e convívio para os moradores, com banheiros e bancadas com pia para a organização de festas. Como soluções para o espaço público, propõe-se próximo aos acessos ao centro social e ao prédio residencial, atividades como parquinho para crianças e uma academia da terceira idade. Além disso, essa também é a parte mais próxima da comunidade da Barreira do Vasco e da única praça existente na região (Praça Carmela Dutra). Tendo em vista a grande densidade populacional do bairro, a carência de espaços públicos e com o objetivo de intensificar a relação de proximidade da nova praça com a Praça Carmela Dutra, foi proposto um traffic calming nos trechos adjacentes com as ruas Ricardo Machado e General Almério de Moura. O trecho próximo da entrada social do clube foi tratado de forma mais livre para que continue permitindo a concentração de torcedores em dias de jogos. Também vale comentar que duas vezes por semana, à noite, acontece uma feirinha nesse espaço em frente ao terreno, que agora passaria a acontecer no meio da rua General Almério de Moura, em seu trecho com traffic calming, e seu fluxo de veículos seria desviado como já acontece em dias de jogos. Para a fachada, escolheu-se utilizar materiais e cores predominantes que não se impusessem à fachada do clube, mas que lhe atribuísse alguma identidade. A fachada foi trabalhada com placas cimentícias pivotantes nas aberturas, com textura de cimento queimado. Essas placas permitem uma variação da fachada ao longo do dia. Nas áreas de convívio que dão para a fachada também foi utilizada essa textura e um tom de cinza escuro. A estrutura é marcada com um tom de roxo.


Universidade Federal do Rio de Janeiro - Faculdade de Arquitetura e Urbanismo - Midiateca FAU/UFRJ 2019 ® | Todas as imagens protegidas por direitos autorais.