• Autor Carmen Rêgo Monteiro Rosas
  • Ano 2018/2
  • Localização -22.948965, -43.179382
  • Resumo

    O projeto é uma nova proposta arquitetônica para a sede náutica do Clube de Regatas Guanabara, localizado na enseada de Botafogo, visando contribuir com estrutura e programa pensados para potencializar a prática e disseminação dos esportes que envolvem barcos a vela, remo e motor. Atualmente este clube encontra-se lotado e em más condições de uso, além não oferecer contribuição significativa na formação de novos esportistas, desperdiçando o grande potencial que a localização de seu terreno oferece. Esse projeto significa não só uma melhoria para o espaço interno do clube, mas também a contribuição para que mais pessoas possam ter boas condições de acesso a Baía de Guanabara e ocupá-la, trazendo atenção e conscientização para a necessidade de cuidar deste local, vítima de descaso e abandono ambiental na cidade do Rio de Janeiro. O PROJETO A implantação foi pensada de forma a criar um patamar central livre, compartilhado pelos três tipos de embarcação (motor, vela e remo), otimizando o espaço e proporcionando a convivência entre os usuários. Assim, três blocos unidos pela cobertura foram distribuídos em forma de um «U» orientado para o mar, que também proporciona uma fachada “vitrine” voltada para a rua, usada como limite do terreno. Um dos blocos é composto por estrutura metálica abrigando os barcos a motor, que foram verticalizados em prateleiras fazendo uso de uma máquina empilhadeira (forklift), com corredor de manobras seguro e acesso direto para o mar. Os outros dois blocos abrigam hangares de vela e remo, sendo um deles destinado ao espaço de ensino dessas modalidades (novidade programática) e o outro para os equipamentos dos sócios. Foi pensado um sistema de níveis para aumentar a qualidade e a quantidade das áreas de guarda dessas embarcações, todas conectadas ao patamar central por meio de rampas confortáveis a cada uso e também ao cadeirante. Nos dois blocos, o remo fica embaixo e a vela em cima, para proporcionar o pé direito adequado para cada modalidade. Para a construção de grandes vãos, foram usadas lajes nervuradas e treliças espaciais. Para os apoios, foram escolhidos pilares de concreto e outros de madeira laminada com ligações metálicas. As fachadas foram pensadas para trazer iluminação e ventilação natural de forma adequada para as embarcações, bem como proteger da chuva, proporcionar a valorização da vista e despertar a curiosidade de quem passa na rua. No local de melhor vista para o mar e o Pão de Açúcar, foi criado um restaurante com deck integrado, contíguo a uma área de lazer e ao píer onde atraca o barco de apoio que leva os usuários às vagas nas poitas. Nas salas de aula, academia e de dentro dos hangares também se pode usufruir a bela vista para o mar. A secretaria é central e a estrutura complementar que compreende banheiros, vestiários, armários, sala rádio, peixaria e oficinas de conserto foram distribuídos de acordo com as necessidades de cada modalidade. A vegetação foi escolhida e localizada de forma estratégica para trazer vida e conforto ao projeto sem conflitar com o fluxo das embarcações ou obstruir a vista para o mar, tornando-se ainda referência para quem chega pela água. Pode-se chegar a essa sede pela rua, tendo seu acesso melhorado para torná-lo mais seguro tanto para o pedestre, quanto para a bicicleta e o carro, além de permitir a entrada de carretas e caminhões no clube. A sede náutica também tem acesso pela nova ligação subterrânea, que foi criada a partir do eixo principal da sede aquática, tornando esses dois lados que são cortados pela Avenida Repórter Nestor Moreira mais integrados, dando ainda espaço a um bicicletário e um corredor de exposição da história do clube, narrada através de painéis de texto e fotos de época, acompanhados de vitrines com os troféus conquistados pelos atletas.


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