O tema consiste em intervenções pulverizadas pelo bairro de Jardim Gramacho, que se localiza no município de Duque de Caxias na Baixada Fluminense. O bairro teve sua formação muito influenciada pela presença não só de indústrias, mas principalemente pela presença do Aterro Metropolitano do Rio de Janeiro, que ocasionou no crescimento populacional da área e no desenvolvimento de uma economia local voltada pra catação de material reciclável. O Aterro inciou seu funcionamento em 1978 e foi desativado no ano de 2012, resultando até hoje em inúmeras problemáticas sociais, ambientais, econômicas e urbanas na região. Dessa forma, a análise do bairro foi divida em duas etapas. A primeira foi a realização de pesquisa documental, através principalmente de trabalhos acadêmicos, documentos disponibilizados pela Secretaria de Urbanismo do Município de Duque de Caxias, e dados apresentados pelo IBGE. Além de um conhecimento inicial da região por meio da ferramenta do Google Earth. A segunda etapa é a prática até o presente momento de conversas com os moradores e visitas no bairro, que se dão através da ONG Amparando JG, que que dá suporte às famílias locais, voltada principalmente para o público infantil, visando a transformação social por meio da educação e da cultura. O TETO que atua periodicamente no bairro, realizando projetos de construção de habitações emergenciais e outros tipos de intervenções a partir de demandas da comunidade. E o Fórum Comunitário da região, que visa reinvindicar as demandas locais e criar um diálogo com os moradores de conscientização e questões sobre o bairro. Em um contexto de pouco investimento público e carência em equipamentos coletivos, o trabalho tem como objetivo projetar três intervenções em terrenos distintos pelo bairro de Jardim Gramacho. Cada projeto busca reverter a instabilidade social, econômica e urbana, associando o fortalecimento da participação comunitária, com o desenvolvimento econômico local e programas que oferecem suporte às necessidades educativas, profissionais e de lazer da comunidade. Cada construção está inserida em uma praça proposta, atendendo a um demanda do bairro de espaços públicos, articulando esses espaços em relação à unica praça existente da região. Visando a extensão de programas do edifício para além da edificação. As intervenções tem como proposta inicial a implantação de uma edificação mínima, seguindo uma malha de 5m x 5m, com uma área total de 105 m². Essa construção tem como programa um espaço para produção, sala de apoio e sanitários. O propósito é possibilitar o desenvolvimento de um meio de produção de um elemento construtivo alternativo, mobiliário e artesanato, com a finalidade de gerar uma renda que possibilite a adição de novos espaços a esse modelo mínimo, disseminando novas técnicas de construção que podem ser aplicadas individualmente pelos moradores, com a utilização de materiais que são descartados no bairro. O projeto tem como partido a integração dos ambientes internos com a área externa, através da utilização de painéis pivotantes que servem também como proteção solar vertical. Além disso, com a sua ampliação são previstos pátios internos, que se tornam espaços semi-públicos de permanência e circulação. Sua expansão é prevista através de vedações alternativas de fácil remoção, em pontos estratégicos.