• Autor Vitor Kibaltchich Coelho
  • Ano 2018/2
  • Localização -23.014506, -43.299131
  • Resumo

    Baseado na percepção das constantes injeções de investimento público no solo artificial privado da Barra da Tijuca, fez-se oportuno questionar e, posteriormente, intervir nesse território. Região essa criada a partir de estrangeirismos importados e enclaves esses acessados pela figura do veículo, tal eldorado urbano de lógica urbana subvertida, encontra-se hoje acessado diariamente por uma massa flutuante periférica através dos três ramais de BRT, Transoeste, Transcarioca e Transolímpica. Apresentado essa dicotomia etnográfica, o objeto de estudo já estava traçado, modificar o status quo ao intervir de dentro para fora nos entroncamentos onde localizam-se as três estações terminais ao longo da antiga BR-101, atual Avenida das Américas. Esse cavalo-de-tróia já implantado de maneira cômica se não fosse trágica graças ao interesse público em sediar os últimos grandes eventos, abriu uma janela de oportunidades antes inimaginável, que permitiu estabelecer esse diálogo de outsider para outsider, entre barrenses e periferia. Em rápida constatação da ausência de uma questionável identidade e laço histórico-cultural para com esse território, e a precariedade ou mesmo escassez de equipamentos públicos culturais tanto nos demais bairros abastecidos pelos ramais do modal quanto na própria área de estudo, apenas com o duvidoso projeto da Cidade das Artes. Portanto, rompendo com a monofuncionalidade das estações terminais de BRT, propõe-se hibridizá-las com tais equipamentos, aproveitando o constante e volumoso fluxo de pessoas, ao abarcar ambas polaridades sociais e um estímulo a serem prisioneiros voluntários dessa arquitetura (Koolhaas), que muito mais é uma interface para relações cívicas ocorrerem. Le Campo Grande, Penha Inn e Deodoro Garden são três dispositivos infraestruturais que se camuflam com esses corriqueiros nomes burlescos “tipo suburbanos” e que objetivam por modificar por completo o modus operandi dos terminais e o modus vivendi aos que a elas se acercam, dignificando, por fim, espaços públicos democráticos em meio a um território espraiado e único como o é.


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