• Autor Marcelo Costa Rosa
  • Ano 2016/2
  • Localização -22.980254, -43.221632
  • Premiações Ópera Prima - Finalista Regional/2017
  • Resumo

    Localizado em uma quadra nobre da cidade porém subutilizada, o edifício foi idealizado para ser uma ilusão em um jogo de luz e transparência no qual o teatro, a caixa preta mágica, está invisível na sombra daquilo que tudo mostra. Nos momentos em que deixa-se ultrapassar, o prédio valoriza a experiência transcendente e sensível. Espaços para a sensibilidade foram criados também a partir de diferentes aberturas à dinâmica e cores imprevisíveis na variação da luz, que nesse projeto se torna matéria construtiva. Desta forma, o foyer, com sua superfície de vidro e transparência, funciona como portal para o olhar. Fazendo o observador passar o primeiro plano da realidade e ir além, por uma experiência voyeurista, conhecer as diferentes realidades que se apresentam: o salão, o mezanino, a praça, o espelho d'água, as lojas, a rua, o horizonte. A preocupação com a ambiência não exime a responsabilidade que todo edifício possui com a cidade. Ao que, este responde empiricamente, fortalecendo a dinâmica urbana através da criação de um arco de lojas e calçadas confortáveis, as quais possibilitam a aproximação e permanência dos usuários, durante os diferentes horários do dia, contribuindo para a qualidade da vida urbana e da população do entorno próximo, seja os moradores dos edifícios vizinhos ou os transeuntes do comércio. Já a decisão projetual de estender o foyer sobre parte da quadra, promoveu um ambiente que responde ao dever de sociabilidade sem enclausuramento. Os passeios generosos garantem a acessibilidade necessária ao convívio democrático esperado de uma praça. O espelho d`água, inspirado no projeto do arquiteto Ieoh Ming Pei para a praça principal (Cour Napoleon) do Louvre, propicia a ambiência desejada para esse espaço. O programa do teatro no entanto, foi pensado para proporcionar conforto e praticidade para o usuário e corpo administrativo com áreas de uso comum e convívio, sendo uma delas, uma delas é a sala de pernoite em qual a equipe que trabalha de madrugada montando cenário possa ter um espaço de descanso. A caixa preta, ou caixa mágica é o elemento no qual o espetáculo se desenvolve. A arquitetura foi planejada para garantir o deslumbre da platéia durante as apresentações. Para tanto, conforto e segurança foram os conceitos guia nesta etapa projetual. Desta forma, a atenção recaiu sobre a acústica e a curva de visibilidade pois, se bem desenvolvidas, proporcionam ao espectador, de qualquer parte da platéia ou do balcão, ouvir, visualizar e se encantar com o espetáculo. Com este objetivo foi definida a diferença entre as alturas dos assentos, de forma que uma pessoa com altura mediana (1,70m) tivesse uma visão transparente. A partir de então, foram calculados os ângulos e dimensões dos forros acústicos para melhor propagação do som e diminuição da reverberação. Já no exterior as lojas proporcionam um dinamismo durante todo o dia onde a utilização da quadra não fica limitada a utilização do teatro.


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