• Autor Conrado Neves Ely
  • Ano 2018/1
  • Localização -22.991981, -43.253119
  • Orientador Diego Anibal Portas
  • Resumo

    Na cidade, o interesse individual, não deve se sobrepor ao bem coletivo. A partir dessa afirmação iniciamos uma reflexão sobre a cidade e alguns de seus paradoxos. A cidade do Rio de Janeiro apresenta um histórico perverso na questão fundiária, da maneira que o desenvolvimento da mesma sempre ocorreu de acordo com os interesses daqueles que concentram o poder territorial , logo o que vemos é os interesses individuais se sobrepondo aos coletivos. Um sintoma dessa dinâmica nos se apresenta através dos muros na cidade. Eles se manifestam como proteção, resguardo, defesa territorial e tais características se contrapõem a fluidez, ao encontro e a sociabilidade, logo, se contrapõem aos interesses coletivos. O muro é um sintoma de uma sociedade , onde o território é utilizado como fonte de capital, da maneira que ter um terreno, mesmo sem utilidade, pode ser uma forma de especular e lucrar no futuro, tal dinâmica ignora as vidas que se desenvolvem em paralelo e só favorece a um só agente, o detentor do territorio. Com isso, o recorte analisado, correspondente a divisa do bairro da Rocinha com o bairro de São Conrado. Na zona limítrofe entre os dois bairros se apresentam quatro extensos terrenos (20.000 m²), que conformam um grande território excludente, pois marginaliza o espaço público as bordas do terreno. Tudo isso ocorre em virtude do interesse dos quatro agentes detentores desse território, através das decisões deles a vida de toda uma comunidade se torna prejudicada, pois o espaço urbano está comprometido, não há vitalidade, não há troca, não há urbanidade. Tais terrenos se apresentam ociosos ou voltados a um público exclusivo e não atendem a nenhuma função social. Diante disso o trabalho apresenta um conjunto de iniciativas de infiltração e efetivas, seja na pequena escala ou na grande escala, onde tais ações possam trabalhar “a quebra desses muros” e trazer para o uso coletivo, espaços que até então estavam em função apenas do interesse privado.


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