“A arquitetura deve ser julgada não somente pelos problemas que resolve, mas também pelos problemas que cria”. Lebbeus Woods (2012) Talvez venhamos nos omitindo ou talvez estejamos demasiadamente imersos na realidade para perceber como ela é. Ou talvez ainda a velocidade do mundo moderno, hiperconectado, sempre tenso e sem tempo, nos faça passar pela vida sem, de fato, analisá-la e buscar entendê-la de forma ampla. O fato é que a arquitetura, parte latente desse mundo, o constrói e é construída por ele, numa simbiótica dança de sentidos e contextos, nem sempre claros para todos. O mundo globalizado se vê agora, de acordo com Bauman (2007), vivendo a Modernidade Líquida, com um espaço-tempo fluido, com fronteiras esgarçadas e necessitando criar novos conceitos para estrangeiros, segurança, coletividade, relações interpessoais, e para o próprio papel do Estado. Em meio a esse cenário, o trabalho busca investigar formas alternativas de pensamento e produção do espaço no contexto da modernidade líquida. Ao compreender as questões características da sociedade contemporânea a partir de leituras, tanto no âmbito dos indivíduos quanto das cidades, analisa-se o contexto do Rio de Janeiro sob esta perspectiva e elege-se na Barra da Tijuca o recorte do antigo parque de diversões Terra Encantada. Aplica-se a metodologia de projetar por cenários e um questionário online para obter subsídios para o início do desenvolvimento do projeto. O projeto proposto consiste em um experimento temporário cujo objetivo é servir como plataforma para promover reflexão, possibilitar o diálogo e, então, fomentar um processo de decisão coletiva sobre o futuro do terreno, evidenciando no que poderia se transformar além da realidade do bairro. Sendo assim, o experimento temporário seria um indutor para mudanças por meio da participação popular.