A cidade do Rio de Janeiro, quando ainda era capital nacional, inaugurou em 1841 o primeiro mercado municipal do Brasil, o Mercado Público da Candelária, que buscava dar uma estrutura melhor para o comércio dos pequenos produtores que ocorria no centro da cidade. Desde o século passado, a cidade teve negado um centro que seja característico e fonte de inspiração gastronômica da cidade com a demolição do Mercado Municipal da Praça XV, seu último mercado municipal, destruído ainda em 1962. Desde então houve novos projetos mas nenhum saiu do papel e a cidade continuou sem um pedaço de sua alma cultural tão característica e de imensurável fator benéfico social, cultural e econômico. Respeitando o entorno com seus recuos em todas as testadas, o novo mercado público, que promove respiros em uma área tão sufocada, busca uma integração sem supressão de seu destaque no meio urbano servindo de intermediário dos gabaritos ao seu redor por meio de transições suaves através de suas linhas. A cobertura em parte da praça suspensa gera um espaço de agradável conforto térmico com sombreamento e ventilação cruzada permanente para aplacar o calor constante da cidade e os sheds se encarregam da boa iluminação natural. Das grandes varandas se descortina uma belíssima vista do casario histórico e da Igreja do Santíssimo Sacramento. Com mais de 70 boxes hortifrutigranjeiros, 2 restaurantes e um curso gastronômico além de diversas lojas de conveniência e banheiros públicos, o novo mercado no centro da cidade promove um intercâmbio cultural, oportunidades econômicas para pessoas de baixa renda e ativação durante todo o dia do entorno com exposições no espaço multiuso por exemplo.