• Autor Leonardo Serrano Fuchs
  • Ano 2017/1
  • Localização -22.874337, -43.220472
  • Coorientador Sonia Hilf Schulz
  • Premiações Ópera Prima - Selecionado/2019, ARQUIPRIX - Selecionado/2019
  • Resumo

    O fenômeno mundial de desindustrialização tem impacto direto sobre as cidades. No Brasil, a indústria corresponde à mesma parcela do PIB dos anos 1950 e devido à desativação de indústrias obsoletas um grande número de vazios urbanos surge. Esses terrains vagues contam com infra estrutura instalada e muitas vezes são cercados de tecido urbano consolidado. No caso do Rio de Janeiro, muitas destas áreas se localizam a poucos quilômetros do Centro, que concentra 63% dos postos de trabalho formais do município. Paralelamente, a metrópole vê a cada ano 60km² sendo adicionados à sua mancha urbana sem o planejamento adequado, gerando severos problemas socioeconômicos. Considerando o conceito de Arquipélago Verde proposto por Ungers, Koolhaas, et al (1977), para uma Berlim Ocidental em contração, a lógica reversa é proposta, adequando-se às condições da metrópole do Rio de Janeiro em rápido espraiamento, de forma a criar um Arquipélago de Densidade. Os vazios pós-industriais podem absorver o crescimento urbano, reativando áreas centrais, poupando grandes quantidades de recursos, aliviando pressões sobre a infraestrutura metropolitana de transportes e melhorando a qualidade de vida dos cariocas. O bairro do Caju, um antigo pólo da indústria naval, conta com localização estratégica próxima ao Centro, entre os dois principais aeroportos e possui uma frente de baia de significante potencial paisagístico, apesar de estigmatizada e relegada pelos órgãos públicos. O projeto prevê o desenvolvimento e requalificação de cerca de 47ha a serem conectados com o Centro por VLT, barcas, ciclovias e pelas vias expressas existentes. O plano diretor do fragmento urbano, cuja densidade habitacional é comparável a cidades compactas ao redor do mundo, conta com uma variedade de formas arquitetônicas, de programas e de grupos sociais. A orla marítima a ser renovada, onde as instalações industriais serão requalificadas como mercados, espaços para eventos e restaurantes, em conjunto com o parque linear, conformarão um generoso espaço público gerando um impacto positivo para os habitantes das favelas próximas, integradas no projeto. O hub metropolitano é o principal objeto arquitetônico do conjunto. O edifício será acessível por transporte público de suas próprias estações de VLT e barcas. Uma variedade de programas se choca sinergisticamente no edifício gerando uma urbanidade vertical singular. Busca-se, portanto, investigar o arranha-céu como elemento de convergência multifuncional. Sua localização, no ponto mais proeminente da península, e a escala compatível com os guindastes e fábricas o tornam visível das principais artérias de acesso da cidade, marcando a porta de entrada para a parte central do Rio de Janeiro.


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