A intenção do projeto surge da percepção sobre a falta de espaços livres no Méier, bairro denso e com traçado consolidado, que como em muitas outras áreas da cidade, dificulta cada vez mais a busca por áreas capazes de abrigar novos espaços livres que se insiram no cotidiano das pessoas e estimulem a vida urbana. Com isso a questão dos vazios urbanos e suas peculiaridades se tornam um ponto de interesse para dialogar esses novos espaços livres através de intervenções urbanas de pequeno porte. Através do estudo inicial do Méier, surgiu a necessidade de buscar novas áreas nessa cidade também tão afetada pela carência de espaços de convivência. Apesar de cada bairro ter suas particularidades, todos configuram potencial para serem transformados em áreas de lazer e espaços de permanência inseridos no cotidiano do bairro. Desse modo o projeto segue para Madureira, Engenho Novo, Tijuca e Cidade Nova a fim de produzir estratégias que possibilitem ocupação de locais distintos. Partindo de estratégias de urbanismo tático, o projeto segue buscando o possível aproveitamento de qualquer espaço voltado à cidade que possa ser convertido para estimular o convívio urbano; criando ações que estimulem a apropriação dos espaços ociosos com o objetivo de serem considerados espaços livres, a proposta consiste em definir estratégias gerais facilmente replicáveis, para possibilitar se criar um manual de apropriação do espaço público que se perpetue facilmente por mais pontos da cidade. Aplicando um programa múltiplo à cada espaço para promover a diversidade de uso do local, e não torná-lo monótono e unifuncional, como vemos hoje em alguns projetos de praças da cidade e aliando à isso, um mobiliário flexível, de reprodução rápida, simples e barata, que tem a intenção de criar e conformar os ambientes, porém sem ocupar muito espaço, e ainda ser capaz de acompanhar suas transformações e necessidades diárias para então promover as mudanças do lugar através da ação direta do usuário com a peça.