O município de Teresópolis, cidade serrana do estado do Rio de Janeiro, apresenta uma relevante dinâmica ecológica. Reconhecida como patrimônio natural, atrai serviços e pessoas para a cidade, tornando a atividade turística um agente protagonista que constrói e resignifica a paisagem. Apesar disso, decorrente de seu crescimento urbano extensivo e desordenado e de sua situação ambientalmente frágil, a cidade sofreu com os eventos climáticos extremos em 2011. Esse episódio levou uma maior reflexão sobre a falta de planejamento que deixou margens para o avanço preocupante da urbanização e o papel das unidades de conservação que resguardam atributos da paisagem natural. Com o intuito de contribuir com essa reflexão e iniciar uma rede de transformações que resgate a memória de uma cidade verde e turística, a proposta é promover uma articulação entre as perspectivas urbanas e ambientais, através de uma zona de amortecimento ativa, dinâmica e com atributos ecológicos. O plano de ordenamento aposta no sistema de espaços livres como recurso de integração do meio urbano e do seu entorno, de modo que não prejudique as particularidades pela qual perpassa, oferecendo benefícios para as pessoas, para a atividade turística e para a qualidade ambiental. Para isso, identifica as peças estruturais do sistema, a fim de criar uma rede inicial de intervenções, que possa ser implementada em diferentes etapas devido a sua flexibilidade.