• Autor Marcos B. Amorim
  • Ano 2014/2
  • Orientador Diego Anibal Portas
  • Resumo

    Este trabalho faz parte do processo que teve seu inicio no Ateliê Integrado II-B (AI2), no qual participei junto aos colegas A. Pina e V. Halfen, e que culminou no TFG. Em AI2 reafirmamos a necessidade de se densificar o bairro de Madureira, já que ele se encontra em uma região central e consolidada da região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro. Propusemos que fosse priorizada a habitação social em todos os terrenos ociosos da área central e elegemos três deles como os mais estratégicos para projetar. Para o primeiro, que fazia a continuidade com o Parque de Madureira, propusemos uma Faculdade e um edifício que funcionaria como uma “borda” habitacional para o parque. Para o segundo, que se localiza ao lado da Saída do Trem do Ramal Deodoro, propusemos uma Biblioteca junto a um conjunto habitacional. E para o terceiro, que se localiza na entrada do Parque de Madureira, propusemos um complexo comercial junto ao da habitação. Este último terreno foi eleito para ser estudado e repensado em TFG sob a ótica de três novos questionamentos. Primeiro, foi questionado qual índice de densidade a ser utilizado, depois um outro questionamento foi sobre os guetos que a habitação social isolada produzia e por último qual seria o mínimo (?) que atenderia aos padrões da vida contemporânea. Em relação ao índice de densidade, foi utilizado um estudo onde um gráfico que relacionava o custo da infraestrutura com um limite populacional, apontou como máximo o índice de 1000hab/ha. Em relação ao questionamento dos guetos, apontou-se como uma possível resposta a mistura de classes sociais dentro de uma edificação. Este procedimento político seria definido por um plano diretor, no qual todo grande empreendimento teria que ter um porcentual de habitação social. Neste sentido, atualmente na França se utiliza o índice de 50%, em São Paulo o prof. Dr. Nabil Bonduki propôs no último Plano Diretor um índice de 10%. Por último, procurei me basear nos estudos do Livro Habitar el Presente do prof. Montaner e da prof(a). Zaida Mux como parâmetro para estipular o mínimo. Voltando ao projeto em si, o que primeiramente foi estipulado foi priorizar a relação da quadra estudada com a entrada do Parque de Madureira. A relação foi solucionada através de uma rua curva que liga a entrada do Parque com uma das principais ruas de Madureira, a Estrada do Portela. Esta rua curva serviu também para o desmembramento do terreno, dividindo-o em dois lotes, uma rua de pedestre e uma praça. Nesse sentido, foi desenvolvido um dos lotes, junto com a praça e a rua. O projeto de arquitetura teve como base os estudos do Open Building de John Habraken, que seria o edifício pensado através de sua estrutura e sua infraestrutura de modo que permitisse uma maior flexibilidade de planta. No caso, foi definido uma planta tipo em fita com um módulo estrutural de 6x6m, no qual, toda a parte hidráulica se localizaria de forma linear dando para um corredor coletivo. Definindo-se esse tipo procurou-se voltar aos estudos de como relacionar a habitação com o térreo e como o corte foi utilizado como instrumento para definir essa relação. No caso, foi proposto um nível de um pátio elevado que se relaciona com a habitação e uma galeria levemente rebaixada que teria como cobertura o próprio pátio. Portanto, esse trabalho se apresenta com um processo no qual a arquitetura se relaciona tanto com temas urbanos políticos, como o desenho urbano em si chegando a uma definição de arquitetura e como todos esses temas se misturam trazendo conceitos que se interligam fazendo uma arquitetura com um sentido mais profundo. Por fim, parafraseio as primeiras linhas do Manifesto Antropófago de Oswaldo de Andrade: “Só a Antropofagia nos une. Socialmente. Economicamente. Filosoficamente.(...)”.


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