• Projeto de Reestruturação Urbana e Refuncionalização dos Espaços Livres da Avenida Presidente Vargas retornar à pesquisa
  • Autor Izabela de Souza Furtado
  • Ano 2014/1
  • Localização -22.906377, -43.194938
  • Resumo

    O tema escolhido para o desenvolvimento deste trabalho final de graduação propõe a discussão sobre desenho urbano como instrumento de ações efetivas no espaço urbano. Consequentemente, surge a questão da adequação dos espaços necessários às atividades urbanas cotidianas, como a acessibilidade dos mesmos e a própria infra-estrutura a que ele serve. O projeto urbanístico de intervenção é a resposta projetual a uma série de questionamentos levantados sobre a problemática da mobilidade do pedestre na cidade e em especial na Avenida Presidente Vargas. A intenção é recuperar o sentido urbano desta área através de projetos pontuais que gerem maior coesão espacial e social, reaproximando trechos isolados com o intuito de articular as escalas locais, intermediárias e metropolitanas, baseado no entendimento dos problemas e nas potencialidades da região. Transpassar a barreira do eficaz e do estritamente funcional e repensar a escassa presença da cidade na vida das pessoas, hoje em dia, levou a ter no espaço público o centro de convergência de todos os pensamentos que nortearam este trabalho, muito por acreditar que ele é o elemento que trará de volta o caráter verdadeiramente urbano aos cidadãos. Se expressa aqui a vontade em recontar a história da cidade através de projetos urbanos, e afirmar que intervenções pautadas na memória da cidade conseguem absorver seu entorno imediato e interagir com as localidades, da mesma forma que possibilita produzir espaços novos com caráter individualizado. A conectividade espacial-social almejada só existe de fato quando acontece a incorporação das áreas projetadas ao espaço existente. A intenção é que através dos percursos e da rede de espaços livres públicos, a coerência global do trabalho seja baseada em seus principais elementos. A AVENIDA COMO UMA GRANDE QUADRA Redesenhar a malha urbana e atrair o pedestre para a Avenida, de forma a equalizar as diferentes escalas, otimizar a intermodalidade e revalorizar a muralha histórica. Nesse contexto, a estratégia adotada propõe a redução do número de faixas destinadas a veículos e a ocupação desse espaço por um parque linear, objetivando estabelecer uma forte conexão com o entorno urbano. Esse novo espaço visa a coexistência do parque com intensas atividades no nível da rua e transporte público, a partir da inserção serviços e linhas de BRT’S, VLT’S, ciclovias e novos caminhos peatonais. DENSIFICAR – HABITAR – HUMANIZAR Os diversos vazios ao longo da Avenida, alguns procedentes desde sua inauguração, os usos quase em sua maioria comercial e institucional aliados a escala monumental, transformaram a paisagem e a permanência, e o espaço deixou de ser um lugar de convívio para ser considerado um lugar de passagem e de infra-estrutura viária. Dentro deste cenário, esse projeto procura recuperar o valor da rua, transformar a paisagem, os hábitos e o desenho da cidade. Considerando as diversas possibilidades de ocupação na área e de uma revisão do espaço construído e dos espaços livres, as novas quadras foram projetadas de modo a priorizar as atividades ao nível da rua e a aumentar a permeabilidade ao longo da área. Exercendo um importante papel como agente de “cicatrização” de uma barreira urbana, interligando áreas antes isoladas. Cada quadra oferece pátios públicos ou semi-públicos, que marcam a transição da rua para um espaço mais íntimo. Cada esquina ajuda a ativar a permanência da população e o uso mais intenso de toda a região, promovendo a articulação entre diferentes escalas. Em relação os usos, o projeto busca inserir e intensificar o uso residencial, por acreditar em seu caráter conciliador com o espaço existente para a requalificação da área. ÁREAS VERDES - ESPAÇOS PÚBLICOS As várias rotas de pedestres têm como ponto de confluência uma série de praças e parque. Isto qualifica a região a ser mais do que área de passagem, e que devem torna-se lugar que convite as pessoas a paradas, descansos ou a simples contemplação da paisagem, no meio do cotidiano turbulento da metrópole. A rede de espaços livres pretende organizar espacialmente os acessos e rotas de toda a Avenida conectando assim espaços até então fragmentados. O CANAL DO MANGUE COMO ELEMENTO URBANO PRIMORDIAL Nesse processo contínuo e desordenado de transformação das cidades, cada vez mais acredita-se na importância em entender os elementos naturais como parte integrante dessa mudança em busca de uma cidade humanizada. Hoje, o que vemos é a rede hídrica ignorada e repudiada pela sociedade; apenas é percebida em situações de inundações, quando os corpos d’água extrapolam seus limites de vazão impostos pelo homem ou mesmo com sensações depreciativas como referirse a cheiro de rio como cheiro de esgoto. Dentro deste cenário, este trabalho procura trazer de volta o rio para o contato direto com o homem, de maneira que o Canal do Mangue, com potencial urbanístico, deve ser explorado como elemento fundamental do abrangente processo de requalificação urbana.


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