Resumo
A proposta visa resgatar a memória afrodescendente por meio de uma arquitetura que narra sua própria história, trata-se do Mercado São José, em Laranjeiras. O imóvel, protegido pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (Decreto nº 7.483/1988), estava abandonado desde 2018 e teve sua revitalização anunciada em 2024, com o objetivo de transformá-lo em um polo cultural e gastronômico. A historicidade do Mercado é valorizada nesta proposta, sendo reconhecido como um possível abrigo de senzala e celeiro da antiga fazenda situada no atual Parque Guinle, durante o Brasil Império. Propõe-se a adaptação do imóvel para um centro cultural e de memória, com o objetivo principal de preservar e divulgar o papel fundamental da cultura negra na formação da sociedade brasileira, através do diálogo entre o antigo e o novo. A iniciativa busca integrar arquitetura contemporânea e preexistente, promovendo novas perspectivas sobre o espaço urbano e reflexões acerca do significado do lugar. Assim, pretende reverter os processos de desvalorização da memória e criticar a narrativa silenciada da contribuição negra na construção das cidades.
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