O presente trabalho tem como objetivo aprofundar a compreensão sobre o habitar coletivo modernista, analisando dois estudos de caso: o Park System, em Anderlecht, Bruxelas, e o Conjunto Residencial Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho), em Benfica, Rio de Janeiro. A pesquisa, inspirada por um intercâmbio acadêmico na Bélgica, explora dois projetos influenciados pelo funcionalismo modernista, mas com contextos urbanos, sociais e objetivos distintos. O Park System foi desenvolvido para o mercado imobiliário, enquanto o Pedregulho foi destinado à habitação social. O estudo visa compreender as intenções originais de cada projeto e como elas se concretizaram ao longo do tempo, analisando transformações, formas de apropriação dos espaços e o estado atual das habitações. O trabalho foi dividido em duas etapas: revisão bibliográfica e pesquisa de campo. A metodologia adotada inclui observação não estruturada com abordagem naturalista. Os resultados indicam que o Park System conseguiu alcançar seus objetivos, oferecendo moradias modernas e de qualidade, mantendo-se atrativo até hoje. Em contraste, o Pedregulho se destacou pela inovação formal e integração de equipamentos comunitários, mas enfrentou desafios de gestão e execução que prejudicaram sua funcionalidade. A análise destaca a importância de um planejamento arquitetônico alinhado a estratégias de gestão e manutenção para preservar a qualidade e funcionalidade das habitações coletivas ao longo do tempo.