Resumo
Nascer no subúrbio é romper limites e atravessar fragmentadores desde o momento em que se abre o portão de casa. E mesmo com o fascínio de seus moradores por esta terra, o território suburbano carioca historicamente é visto enquanto o lugar da falta, que sistematicamente se justifica através da oposição geográfica e social aos grandes centros administrativos urbanos. Na ausência de políticas públicas que qualificam o espaço, os subúrbios foram inclinados a construir uma sociabilidade própria, sensível à condição humana da reprodutividade do seu cotidiano (Oliveira, 2023). Atualmente, este modo de viver e se produzir espaço é ameaçado pelo domínio capitalista na fabricação de lugares genéricos, pela urbanização desenfreada e pela extrema pressão vinda do mercado imobiliário que geram problemas de descaracterização identitária e de agravamento das condições ambientais causadas pelo afastamento da vida urbana da concepção de natureza. Frente às consequências ambientais enfrentadas na contemporaneidade, o presente trabalho tem como objetivo geral relacionar a vida social e configuração de um subúrbio carioca -o Méier- através de um ensaio propositivo gerador de diretrizes para um planejamento urbano que vise a potencialidade ambiental em espaços livres, reforçando a importância de reivindicar a qualidade na habitabilidade suburbana que toma espaço nas ruas e nas calçadas, reafirmando práticas culturais já presentes nos subúrbios, sendo este o lugar do manejo da coletividade.
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