Resumo
Da dissolução dos limites e portas do espaço urbano (VIRILIO, 1984), pode-se observar uma operação onde a “cidade” se expande intermitentemente pela superfície do planeta. Os antigos muros que as delimitavam, enfim extintos pelos processos desenfreados de ocupação da superfície terrestre pelo espaço infraestrutural. Da transparência o urbanismo extrai a lição de camuflagem dos limites, da forma-imagem da porta, e, desta operação, tudo o que resta é a ubiquidade das estrias metropolitanas. A homogeneidade do espaço é apenas uma engenhosa ilusão mantida pelas novas arquiteturas de porta: dissimuladas, invisíveis ao olhar desatento, elas separam sem afastar, conectam sem aproximar, como uma série de intenções não declaradas no espaço. Partindo desta reflexão sobre o espaço urbano na contemporaneidade, se reivindica o termo ‘cidade’ que nomeia o Campus da UFRJ para imaginar três outras que se definem pela oposição à Ilha do Fundão em dois eixos conceituais: topológico e político. O Enclave, o Labirinto e o Arquipélago emergem como cidades alternativas: fantasmas da Cidade Universitária que evocam antíteses do que ela é.
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