O trabalho parte de uma colocação pessoal e depois coletiva na busca por uma alimentação saudável, nutritiva e segura, por saúde e qualidade de vida. E se inspira no estudo e acompanhamento da organização de lutas históricas articuladas em prol de espaços para subsistir, plantar, trocar, preparar e consumir alimento fresco, diverso, seguro, com narrativa e harmonia com a natureza. O desenvolvimento do recorte do trabalho é construído a partir do entendimento e interpretação de alguns conceitos fundamentais, como as definições de Soberania Alimentar, espaço, e ocupação. E a partir disso, é colocada uma proposta de observação de casos, análise e aplicação projetual de novas possibilidades espaciais para o caso estudado, a Feira Agroecológica da Cidade Universitária de Macaé. O processo passa pelo levantamento da problemática da fome e conta fundamentalmente, com ligações pessoais e acadêmicas interdisciplinares e com a troca de conhecimento através da oralidade com coletivos de agricultura familiar, em busca da conjunção de tecnologias empíricas tradicionais e métodos técnicos específicos de cada área de conhecimento, com o propósito de mitigar as causas e efeitos da ineficácia do modo de produção de alimento dominante atual. E o resultado vislumbra elucidar que, a luta contra a fome, é também luta por espaço, pela redistribuição, e redefinição de prioridades e propriedades. E que a Arquitetura e o Urbanismo podem exercer uma colocação e função política no combate estrutural à insegurança alimentar e aos efeitos da crise climática, através do envolvimento constante com a luta organizada, dedicando e planejando estruturas materiais com o objetivo de incentivar direta e/ou indiretamente a maior presença e reconhecimento do modo de produção da agricultura familiar e da agroecologia e, consequentemente, da desconcentração e redistribuição de terras e espaços, no campo e na cidade.