Aborda os valores intangíveis intrínsecos da praça Marechal Edgard do Amaral, localizado no bairro de Campo Grande, subúrbio da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. Para além da sua materialidade destacada pela qualidade espacial, pretende reconhecer a pista de skate, existente na praça, como um lugar articulador de culturas, que a torna única. Para tal, é necessário o reconhecimento da praça como um espaço livre público trunfo (Jane Jacobs, 2011), dado principalmente pela presença de seu skatepark, que apelida todo o conjunto como “Pistão”. Além disso, a análise de suas relações de afeto, o seu entorno imediato, o vínculo que seus frequentadores possuem com o lugar e o cotidiano dos moradores, formam um campo multissensorial, que unidos as suas memórias, traços físicos, meio ambiente, aspectos culturais e percepções resultam em ambiências urbanas unicamente sensíveis ao lugar. Porém, também abordará as perdas e ameaças constantes a que a praça está vulnerável, como a influência do tardo-capitalismo nos centros urbanos (Montaner; Múxi, 2011) e do poder paralelo, à revelia das forças de segurança do Estado. Este estudo busca apresentar as sensações múltiplas e a importância da preservação de suas ambiências, como forma de salvaguardar o espaço construído e seus valores intangíveis. Resultados metodológicos, a partir de mapeamentos de manifestações, arquivos de vídeo do lugar, croquis de campo e levantamentos de dados empíricos para a compreensão das ambiências do Pistão.