Resumo
O trabalho propõe uma análise crítica sobre o planejamento urbano da cidade do Rio de Janeiro, destacando as similaridades entre as políticas adotadas durante o regime empresarial-militar (1964-1985) e o processo atual de planejamento aliado à financeirização da terra. Dessa forma, a manutenção de práticas autoritárias pode ser percebida tanto na construção do espaço físico quanto nas permanências jurídicas e institucionais que privilegiam uma parcela restrita da população, detentora de recursos e formas arbitrárias de poder. Para isso, a pesquisa dialoga com obras como "Remoção de favelas no Rio de Janeiro", de Marco Pestana, e outras literaturas relevantes que abordam a temática sobre as políticas de remoção sistemáticas no contexto carioca. A metodologia adotada inclui o levantamento de fontes primárias e secundárias, que serviram de base para a produção de mapas georreferenciados e fichas descritivas sobre as favelas removidas do entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas, no âmbito de atuação da Coordenação de Habitação de Interesse Social da Área Metropolitana (CHISAM), e dos respectivos conjuntos habitacionais destinados a esta população. Logo, o recorte temporal contribui para a rememoração dos 60 anos do golpe de 1964 e amplia o debate crítico sobre o modus operandi das políticas de remoção das favelas e a violência estatal na produção do espaço urbano, incluindo as implicações socioespaciais no cenário contemporâneo.
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