Resumo
O trabalho desenvolve um estudo teórico que analisa a relação entre os remanescentes industriais, sua atual apropriação social para fins de habitação e a preservação da memória operária, com enfoque especial nas ocupações autoconstruídas. Ancorado na compreensão de Maurice Halbwachs sobre como o espaço conserva a memória, o trabalho investiga como a reconversão de espaços fabris abandonados em ocupações para moradia contribui para a preservação da memória operária. O objetivo geral é realizar um levantamento das situações urbanas de ocupação de remanescentes industriais, investigando a manutenção da memória operária e os significados dessa preservação. A metodologia adotada consiste em três etapas distintas. Inicialmente, uma análise cartográfica mapeará as reconversões dos remanescentes industriais, seguida pela análise tipo-morfológica de um remanescente ocupado. Por fim, estudos de caso serão aplicados, proporcionando uma compreensão profunda do processo de ocupação e suas implicações para a memória operária e o ambiente urbano no subúrbio ferroviário carioca. A pesquisa visa não apenas lançar luz sobre a complexa interação entre história, espaço, sociedade e memória, mas também propor novas possibilidades de reconhecimento e preservação do patrimônio cultural da industrialização. Dessa forma, busca-se contribuir para o entendimento da resistência da classe operária e a disputa territorial entre práticas hegemônicas e contra-hegemônicas na cidade do Rio de Janeiro.
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