O trabalho consiste em uma experimentação projetual que busca promover uma revisão crítica do Moderno sem regressar ao urbanismo compacto das cidades tradicionais. Como estudo de caso foi escolhida a cidade universitária da Ilha do Fundão, primeira implementação do Moderno em escala urbana no Brasil e que ainda hoje carece do caráter citadino que leva no nome. Nesse intuito, o projeto propõe uma inversão na proporção entre cheios e vazios do plano moderno. A proposta consiste em um grid suspenso de circulação, baseado em conceitos Metabolistas, no qual se acoplam habitações e centros estudantis. Assim, o projeto se opõe à ideia de masterplan implantada na Ilha do Fundão, ao propor um sistema com capacidade adaptativa, expansível e mutável, que se propague pela paisagem, se infiltrando nos vazios e conectando os edifícios até então isolados e autônomos. Esse sistema aéreo é independente do plano rodoviário tipicamente moderno e mantém o conceito de cidade-parque, onde a arquitetura se vê envolta por ampla vegetação. O sistema mantém o térreo livre e apenas toca o chão onde os centros estudantis criam uma tipologia também encontrada em diversas universidades ao redor do mundo, um pátio central em torno do qual se desenvolvem os espaços. Estabelece, portanto, um sistema em camadas protagonizado pelo pedestre, recuperando a ideia de rua em sua escala humana.