O trabalho busca intervir no vazio ao lado da Casa Histórica de Deodoro, no Campo de Santana, centro do Rio de Janeiro, com uma visão aprofundada dos aspectos de patrimônio urbano para inserção de novas edificações no local, respeitando sua história e a arquitetura remanescente, levando em consideração aspectos de ritmo, gabarito e forma. A área carrega uma forte importância histórica, quando ainda Campo da Cidade foi alvo de diversos projetos de remodelação urbana, e também palco de celebração de acontecimentos importantes, como a Proclamação da República em 1889. A memória da sociedade sobre área urbana depende dos bens materiais que o compõem, e o conjunto arquitetônico é o bem mais relevante para agir como suporte desses valores. Devido a localização central, o Campo é um ponto nodal ao se tratar de acessos na cidade, com a Avenida Presidente Vargas, com acesso ao metrô e ao terminal rodoviário e ferroviário Central do Brasil, tornando-o suscetível a especulação imobiliária e causando diversas alterações urbanas em favor do retorno econômico. Em decorrência da abertura da Avenida Presidente Vargas, casarios no seu entorno foram derrubados, mostrando o descaso com a memória da área nas obras de modernização da cidade. Para aproveitar os vazios criados, é proposta a inserção de um novo edifício de uso misto e térreo permeável, para incentivar o fluxo de pessoas entre a Av. Presidente Vargas e também garantir o acesso a moradia de qualidade para a população de baixa renda.