• Autor Lucas Matheus Ribeiro de Melo
  • Ano 2022/2
  • Localização -22, -43
  • Orientador Mariana Moretzsohn
  • Resumo

    Este trabalho busca propor um centro de convivência e cultura para pessoas LGBTQIA+ na cidade de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, região metropolitana do estado do Rio de Janeiro. Para isso, foi feito o estudo e pesquisa de quem são essas pessoas e como esse grupo foi tratado durante a história, fazendo uma pesquisa através de reportagens, artigos, matérias de jornais, sites e livros. Assim como a pesquisa de registros do desenvolvimento da cidade e região, para maior auxílio do entendimento de qual o perfil social e econômico desse espaço. Sendo criada uma linha histórica de eventos e conquistas que esse grupo conquistou ao longo dos anos, que serve como base de auxílio para localizar no espaço-tempo as questões de mais importância para o desenvolvimento do projeto. A pesquisa tem o intuito compreender as relações interpessoais dessas pessoas, como elas influenciam em suas ações, pensamentos, atitudes e como o atual quadro político-social que enfrentamos se encaixa em todas essas nuances. Mergulhamos nas bases da família e como essas construções moldadas por forças externas servem de mecanismos de controle social e individual de membros dissidentes da hetero-cisgeneridade, de qual forma essa base familiar tradicional cria espaços hostis e de exclusão, criando espaço para o surgimento de novos perfis familiares onde os laços e a rede de apoio se cria a partir de um vínculo de identificação enquanto comunidade e figuras de resistência. O movimento LGBTQIA+ chega ao Brasil como uma forma de ruptura contra diversas formas de pensamento pré estabelecidas, ele chega como algo contra a família tradicional e de resistência a governos autoritários (Ditadura Militar) e continua sendo hoje um ponto focal de luta contra retrocessos sociais e políticos. Foram propostas entrevistas com pessoas pertencentes a comunidade LGBTQIA+, para um melhor entendimento dos principais espaços ocupados e o sentimento de estar neles. De início, foram realizadas conversas simples apenas visando uma marcação territorial, mas com o intuito de, em próximas etapas, aprofundar-se nesses universos pessoais e nessas relações criadas pelo movimento espacial desses corpos atravessando esse território. Um importante ponto de apoio para o desenvolvimento foi o auxílio de pesquisas sobre violências urbanas enfrentadas pela população LGBTQIA+ no país, servindo como uma base concreta de dados que nos permitem ter uma visão ampla de específica sobre como a intolerância e descaso do Estado reagem a esses corpos dissidentes. A inserção de um centro de convivência e cultura vem com o objetivo de ajudar na remediação de problemas que afetam a comunidade queer: a falta de um espaço de resiliência, de encontros, um refúgio das agressões da sociedade. Mas também um espaço de trocas com outros, um lugar que receba a comunidade local do entorno e sirva como um contato com esse grupo tão excluído social e politicamente.


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