Resumo
A Covid-19 chega em um território urbano que já possui inúmeras contradições, desigualdades e vulnerabilidades. Nesse jogo cruel, as deficiências historicamente construídas e perpetuadas em diversos territórios agem como um agravante das consequências da incidência do vírus. Em um momento de pandemia, mitigar esse processo devastador requer a proposição de políticas públicas que compreendam essas desigualdades urbanas e ajam no intuito de diminuir drasticamente as mortes e os casos de Covid-19 dispersos pela cidade. Entretanto, o papel do poder público no controle e combate da pandemia deixou a desejar, sendo representado especialmente na falta de testagem apropriada, gerando uma enorme subnotificação de casos e de óbitos. É a partir dessa proposta que o presente trabalho se estrutura, com a intenção de contribuir para um melhor entendimento acerca da desigualdade urbana na cidade do Rio de Janeiro (RJ), por meio da compreensão espacial da subnotificação de casos e óbitos no município. Com o auxílio de ferramentas de georreferenciamento e de análise de dados foram gerados mapas e gráficos que auxiliam evidenciar os locais que estão altamente suscetíveis à pandemia: quer porque neles se morre mais, quer porque neles existe menos controle sobre os casos.
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