RESSIGNIFICAÇÃO DE RUÍNAS INDUSTRIAIS-LABORATÓRIO DE CO-HABITAÇÃO NO JACARÉ O projeto se iniciou como uma proposta de adensamento do bairro do jacaré, com forte característica industrial em suas origens, mas que sofreu um processo de falência e debanda das empresas que compunham o complexo industrial, deixando para trás uma série de edificações sem uso, marcando a decadência do bairro e criando um aparente panorama de abandono. Entretanto, ao se aprofundar nos estudos do bairro, se descobriu que 11 edificações estavam ocupadas por cerca de 8000 pessoas de 1500 famílias, segundo levantamento da EMOP, que as usavam como habitação, mesmo que de forma precária, dando vitalidade ao bairro. Essas ocupações passaram então a ser o foco do trabalho, se tornando símbolos de um novo ciclo, sendo transformadas em moradia de qualidade com infra-estrutura compatível com o uso habitacional, incentivando a co-habitação como forma de reforçar os laços comunitários, associadas a serviços e usos que hoje são deficitários na região. O processo de projeto pressupõe a participação dos moradores como agentes ativos, decidindo sobre suas futuras moradias, a partir de módulos de ambientes, que poderiam ser reorganizados dentro do espaço destinado para cada família de modo que suas necessidades fossem atendidas, além de equipamentos de infra-estrutura compartilhados, como lavanderias, bibliotecas, salas de estudos, cozinha, que se concentrariam nos núcleos de circulação vertical e atenderiam não só a edificação, mas todo o bairro. Para que o projeto possa ser realizado, se faz necessário um sistema de remanejamento das famílias, partindo de uma fábrica inicial, desativada, mas não ocupada, que seria a primeira a ser reformada e então duas ocupações seriam transferidas para ela. A partir disso, as duas fábricas anteriormente ocupadas poderiam reformadas e receberiam novas famílias, que liberariam por sua vez novas fábricas e assim por diante, até que todas as 11 ocupações sejam atendidas.