Resumo
A região da Zona Norte do Rio de Janeiro, conhecida como o Grande Méier, é uma região densa e vem atraindo muitos investimentos imobiliários, com forte valorização dos imóveis existentes. Essa grande demanda por espaços, cada vez mais valorizados e concentrados na região, se contrapõe a ausência de áreas de lazer, para todos os públicos e idades. Outro fator observado, é que essa valorização da região tem seus limites localizados justamente no “centro do Méier”, vivo em comércio e circulação de pessoas, mas que encontra na grande barreira da linha do trem um ponto frágil, com vários estabelecimentos comerciais fechados ou subutilizados. Esta mesma barreira dificulta a transposição e a integração entre ambos os lados do bairro, com sérios problemas de acessibilidade e mobilidade. Com grandes investimentos governamentais concentrados em outras regiões da cidade, o Méier precisa melhorar a qualidade de seus espaços públicos. Diferente do que ocorre em muitos bairros que também se desenvolveram ao redor da linha ferroviária, o Méier apresenta um grande fluxo de pessoas que circulam diariamente de um lado a outro da linha do trem, com suas principais ruas comerciais adjacentes a ela. Como cenário, existe um grande centro comercial e de serviços, em ambos os lados do bairro e que se complementam, mas a barreira física e sensorial do ramal ferroviário dificulta essa integração. Minha proposta, é integrar os dois lados do bairro, melhorando a acessibilidade e a conexão. Junto a isso, dar ao Méier um novo espaço de lazer, em uma localização privilegiada devido a sua centralidade, do ponto de vista comercial, acesso de pedestres meios de transporte e importância histórica. Esta proposta tem como objetivo, a valorização do pedestre, dos meios de transporte não motorizados, da acessibilidade e do espaço público de lazer aliado a um espaço urbano de qualidade integrado ao dia-adia e aos principais trajetos das pessoas que vivem, trabalham, passam ou utilizam o comércio e serviços do bairro. Com isso, a praça não será apenas um local a ser visitado num fim de semana e sim, ele fará parte do ir e vir das pessoas, com uma nova ambiência, integrada ao Jardim do Méier e integrando os principais pontos de interesse do local. Minha proposta também visa responder a antigas demandas da população que utiliza as calçadas de ruas locais para a prática de corrida e caminhada além dos inúmeros ciclistas que fazem a travessia diária entre os dois lados, muitos destes ciclistas e pedestres ainda optam por fazer a travessia pelo “viaduto do Méier”, colocando em risco suas próprias vidas e a do tráfego de veículos motorizados. Para o alcance pleno dessa acessibilidade e mobilidade através de um Desenho Universal, a Linha do trem será semienterrada na altura do Centro do Méier, onde existe a maior concentração de serviços, transportee comércio, uma região densa e com enorme fluxo de pessoas. A travessia entre os dois lados do bairro será feita então a um nível bem mais baixo que o atual, permitindo assim passarelas menos inclinadas e de acordo com a Norma de Acessibilidade da ABNT, sem a necessidade de grandes espaços e desapropriações. A nova praça terá “rasgos” na superfície onde o subúrbio continuará “vendo e ouvindo” o trem. Meu Trabalho Final de Graduação, tem como objetivo desenvolver uma proposta para a Estação de Trem do Méier e todo o trecho de linha que corta o bairro, desenvolvendo um projeto paisagístico e urbano com seus respectivos equipamentos. A estação de trem do Méier será renovada, integrando-se a praça e dando mais conforto e praticidade ao usuário, assim como o usuário do meio de transporte viário terá mais espaço e conforto nos pontos de ônibus, hoje com aglomeração indesejável de pessoas.
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