Resumo
O presente trabalho tem como objetivo final propor o projeto de um CAPS III (Centro de Atenção Psicossocial), modalidade que oferece atendimento 24h e acolhimento noturno para pacientes em estado de crise, no bairro de Costa Barros, Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro. Para isso, é feito um estudo do processo histórico do tratamento da saúde mental no Brasil e no mundo, a fim de entender os reflexos vistos atualmente na forma como a sociedade vê a chamada loucura. A doença mental sempre foi tratada como algo a ser temido e vexado na sociedade. Portanto, as instituições criadas para tratamento de pessoas em sofrimento mental costumavam, até pouco tempo, isolar tais indivíduos do resto do mundo. Tal fato pouco ajudava em uma melhora dos pacientes, pelo contrário, muitos destes acabavam em um estado pior do que quando entraram, o que só prolongava suas permanências nesses lugares. A partir da compreensão deste fato, surgem movimentos de luta contra a exclusão destes pacientes, buscando uma alternativa mais humana e inclusiva para essas pessoas. Tendo em mente o fator multidisciplinar da temática abordada, esta pesquisa apresenta as relações diretas e indiretas da arquitetura com o tratamento terapêutico, entendendo como a estrutura dos antigos espaços, cujo objetivo oficial era o de acolher e tratar, podia oprimir e subjugar pessoas em sofrimento. O projeto desenvolvido no fim deste trabalho de pesquisa assume premissas que vão no caminho contrário desse modelo histórico, tendo como objetivo principal oferecer uma ambiência de confiança, segurança e conforto.
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