Resumo
O presente trabalho apresenta uma crítica ao recente desenvolvimento urbano da cidade do Rio de Janeiro, através da análise das relações entre legislação urbana e as atuações do mercado imobiliário e do Estado enquanto agentes do processo de produção do espaço urbano. Aqui, destacando especialmente o contexto da realização da série de megaeventos esportivos pela qual a cidade passou, toma-se como exemplo o caso da Área de Especial Interesse Urbanístico do Engenho de Dentro, onde o poder público aplica um grande investimento para a construção de um equipamento esportivo (Engenhão) acompanhado pela criação da AEIU, gerando grande valorização do solo na área e modificando os parâmetros construtivos. Por parte do mercado imobiliário, diante dessa nova conjuntura, são lançados diversos empreendimentos, sempre em grandes lotes, que têm como característica comum a supervalorização dos espaços privados. Nesse sentido torna-se evidente o contraste entre a cultura suburbana tradicional do Rio de Janeiro - baseada no uso da rua enquanto espaço público - e um novo estilo de vida pautado pelos condomínios fechados, shopping centers e automóveis particulares. Sendo assim, o trabalho busca levantar as tipologias de lotes que não são considerados atualmente pelo mercado imobiliário e, a partir deles, desenvolver estudos projetuais que possam apontar para alterações na legislação urbana que tornem o desenvolvimento urbano na escala desses lotes viável. A intenção de tais estudos projetuais é buscar valorizar a cultura local de maneira que estimule a integração com as ruas tornando o espaço urbano mais ativo e vital.
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