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Território negro: plano de (re)ocupação e memória da pequena áfrica

Fillipe Alves Dionizio
Período: 2017/2
Orientador(a): Claudio Rezende Ribeiro
Coorientador(a): Luiz Felipe da Cunha e Silva

Diversidade e Mistura, Fragilidades e Desigualdades, Transitoriedade e Fluxos

Pranchas em panorama Plantas

Resumo do projeto

O Porto Carioca representa um espaço de resistência para o povo negro brasileiro. Por quase 3 séculos, milhares de africanos foram sequestrados e vendidos na condição de escravo. Estima-se que 10 milhões de africanos escravizados foram trazidos às Américas. Destes, aproximadamente 6 milhões foram enviados ao Brasil. Calcula-se que cerca de 60% destes foram enviados para a região Sudeste, estes aportando no Rio de Janeiro.

Ao longo da história da cidade, o poder público não poupou esforços para apagar esta mancha na memória carioca. Em 2011, com o projeto do Porto Maravilha a todo o vapor e a “descoberta” arqueológica do Cais do Valongo, a prefeitura do Rio, interessada em absorver o discurso de superação de um passado escravocrata, criou o Circuito da Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana. Paralelamente, milhares de famílias de baixa renda, majoritariamente negras, foram removidas das imediações do Porto.

Assim, este trabalho tem como objetivo questionar o uso despolitizado da memória afro-brasileira como forma de entretenimento burguês. Logo, propõe-se a elaboração de um plano de ocupação do Circuito por conta das populações gentrificadas, utilizando-se de vazios urbanos ao longo das ruas Sacadura Cabral e Camerino. O método da pesquisa consiste em três partes distintas, porém complementares: a deambulação, a catalogação das possibilidades de ocupação, e por final uma intervenção experimental reunindo diretrizes de ocupação previamente estabelecidas.