O trabalho é motivado pela causa indígena dos mBya-guarani da terra indígena do Cantagalo em Porto Alegre e baseia-se no reconhecimento da sua importância na nossa ancestralidade de valores materiais e imateriais. A comunicação ainda carrega heranças coloniais e opressoras e, para que haja a democratização de discipli- nas como a arquitetura, novos formatos de interlocução devem ser estabelecidos. O trabalho sustenta-se em uma pesquisa interdisciplinar nos campos da antropologia, ecologia e arquitetura, manifestando o debate do subjetivo e do imaterial na construção e interpretação do espaço por meio de ações locais e encontros com a comunidade. Este trabalho procura contribuir para a visibilidade dos povos nativos não somente na academia mas também no meio profissional da arquitetura. Reconhecer sesus saberes referência de visão de mundo, relações e construção de espaço é um caminho possível para a produção de uma arquitetura condinzente com a nossa história. Como processo participativo, o trabalho esbarrou em dificuldades de difícil manipulação, mas conseguiu agregar o máximo de conhecimento adquirido no tempo de troca que foi possível e, a partir de agora, oferece uma base para futuros projetos que hão de ser realizados na aldeia Jatai’ity e em outras aldeias.