O presente trabalho lança um olhar sobre a questão da memória da pesca em Cabo Frio. Por meio de levantamentos cartográficos, conversas com a comunidade pesqueira local e compreensão do desenvolvimento histórico da cidade, principalmente após a especulação imobiliária e o desenvolvimento turístico, constata-se, no território e na cultura da cidade, uma série de apagamentos. O projeto propõe, então, quatro intervenções ao longo da Lagoa de Araruama que demarcarão um percurso que poderá ser feito pelo pescador com o visitante para contar a sua história. O primeiro ponto se configura como um deck na Praia do Siqueira; os outros três, como instalações flutuantes pontuais na Praia das Palmeiras, Canal do Itajurú e Bairro da Passagem, respectivamente. São propostas soluções replicáveis, flexíveis e vernaculares para a fácil adequação aos diferentes tipos de geografias da rota, reforçar a tradição pesqueira e respeitar a paisagem existente na cidade. A partir disso, a Rota da Canoa traz à tona a necessidade e a importância de reavivar a cultura e a memória da pesca, resistir às ondas de desenvolvimento da cidade e atuar em conjunto com a comunidade local, por meio do Turismo de Base Comunitária.